O ANDES-SN manifestou, nesta segunda-feira (9), repúdio à ação “arbitrária e violenta” do Estado de Israel que, na madrugada desta segunda, interceptou ilegalmente o barco Madleen, da Coalizão Flotilha da Liberdade, em águas internacionais. A embarcação levava ajuda humanitária à população palestina situada na Faixa de Gaza e tinha entre seus 12 tripulantes o ativista brasileiro Thiago Ávila. d571n
A embarcação seguia rumo à Faixa de Gaza com suprimentos humanitários, como medicamentos, filtros de água e alimentos. Segundo relatos das e dos tripulantes, que enviaram informações via telefones celulares, drones com armas automáticas cercaram a embarcação e lançaram uma substância branca sobre ela. A comunicação foi interrompida à força.
A Coalizão Flotilha da Liberdade é uma iniciativa reconhecida internacionalmente por sua atuação solidária, voltada ao apoio humanitário à população palestina. “A detenção dos(as) tripulantes é mais um capítulo da política de apartheid e cerco imposta ao povo palestino na Faixa de Gaza, que sofre com intenso bloqueio perpetrado por Israel, impedindo a entrada de ajuda humanitária desde março de 2025 para a população em Gaza, ampliando a política genocida de Netanyahu. Exigimos a libertação imediata e incondicional de todos(as) os(as) tripulantes de ‘Madleen’, bem como a garantia de suas integridades física e moral”, diz um trecho da nota.
Em nota divulgada, o Ministério das Relações Exteriores afirmou acompanhar com atenção a interceptação da embarcação. “Ao recordar o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais, o Brasil insta o governo israelense a libertar os tripulantes detidos. Sublinha, ademais, a necessidade de que Israel remova imediatamente todas as restrições à entrada de ajuda humanitária em território palestino, de acordo com suas obrigações como potência ocupante”, afirmou o governo brasileiro, que reforçou que as embaixadas na região estão sob alerta para, caso necessário, prestar a assistência consular cabível, em consonância com a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.
Bloqueio
O bloqueio imposto à Faixa de Gaza desde março de 2025 tem impedido a entrada de qualquer tipo de ajuda humanitária, aprofundando ainda mais a dramática situação da população palestina. A interceptação da embarcação evidencia a continuidade da política de cerco, apartheid e genocídio conduzida pelo governo de Benjamin Netanyahu em Israel, em desrespeito flagrante às resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao direito internacional.
“Diante da gravidade dos fatos e do contínuo desrespeito de Israel às resoluções da ONU e aos direitos fundamentais dos povos, o ANDES-SN defende que o Estado brasileiro, em todas as instâncias, rompa imediatamente as relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas com Israel, como forma de pressionar pelo fim do genocídio e pelo respeito aos direitos do povo palestino”, ressaltou o Sindicato Nacional em nota (e aqui).
Ato
Movimentos populares e organizações de direitos humanos reuniram-se nesta segunda-feira (9), em frente ao Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), para exigir a libertação imediata das e dos 12 ativistas internacionais da Coalizão Flotilha da Liberdade, sequestrados por Israel em águas internacionais.
ANDES-SN em luta
O ANDES-SN tem uma longa trajetória de solidariedade ao povo palestino e de condenação às ações do Estado de Israel na região. Em 2018, aderiu à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). No 42º Congresso, em 2023, aprovou a moção "Não é guerra, é genocídio!", e no 67º Conad, em 2024, decidiu lutar pelo rompimento das relações diplomáticas entre Brasil e Israel.
Em novembro do ano ado, representantes da Diretoria Nacional do ANDES-SN participaram de uma reunião no Itamaraty, onde cobraram a ruptura das relações diplomáticas, comerciais, militares e acadêmicas do Brasil com Israel. No 43º Congresso do ANDES-SN, realizado no final de janeiro, a categoria docente reafirmou a solidariedade ao povo palestino, o compromisso com a autodeterminação palestina e a denúncia das violações cometidas contra esse povo.
Com informações do Brasil de Fato