Docentes e estudantes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) realizaram, nessa quarta-feira (11), um dia de mobilização em Cuiabá para exigir a realização de concurso público para docentes da instituição. 4s5s43
A universidade estadual está há mais de 13 anos sem realizar o certame público para professoras e professores efetivos e, atualmente, conta com cerca de 50% do seu corpo docente formado por profissionais contratados temporariamente.
A mobilização teve início pela manhã, com um ato em frente à Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), onde a pauta foi levada às e aos parlamentares e ao governador em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos). No período da tarde, a atividade teve continuidade com visitas ao Palácio do Governo, à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e à Casa Civil. A expectativa era dialogar diretamente com os representantes do governo, o que não ocorreu.
De acordo com a Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adunemat - Seção Sindical do ANDES-SN), a situação atual da universidade é insustentável. A ausência de concursos públicos tem gerado instabilidade e precarização nas condições do trabalho docente. Professoras e professores contratados enfrentam vínculos frágeis, sem estabilidade e sem os direitos garantidos às servidoras e aos servidores concursados, o que compromete diretamente a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. “Essa prática institucionaliza a precarização do trabalho docente e compromete seriamente a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão”, afirmou a entidade.
A gravidade do problema já é sentida nos campi da universidade. Em Diamantino, por exemplo, a coordenadora do curso de Educação Física, Bruna Freitas, relatou que a situação chegou ao limite. “O fluxo de trabalho está comprometido, faltam professores efetivos em sala de aula, e os poucos que ainda resistem estão afastados para qualificação ou sobrecarregados com funções istrativas”, relatou. A realidade se repete em outras unidades da Unemat, onde a carência de docentes prejudica diretamente a oferta dos cursos.
Segundo a seção sindical do ANDES-SN, os recursos necessários para a realização do concurso já estão previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. A entidade destaca que isso elimina os entraves orçamentários, colocando a decisão exclusivamente no campo da gestão política.
Para Luciene Neves, presidenta da Adunemat SSind., a mobilização representa um o fundamental na luta da categoria. “A campanha em defesa do concurso é uma das principais pautas da nossa categoria hoje”, disse.
Com informações da Adunemat SSind. Fotos: Adunemat SSind.